LARGO DO BOIADEIRO UM BOM E DIVERTIDO PROGRAMA AOS DOMINGOS

 atualizado em 17/03/2024
CADÊ AS OBRAS DE URBANIZAÇÃO DO BOIADEIRO?
 DANIELA DO WAGUINHO ERA A ESPERANÇA, MAS FOI AFASTADA
UMA CERVEJA BEM GELADA E UM BOM TIRA GOSTO PRA RELAXAR 

fotos Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Os moradores apostavam em Daniela do Waguinho deputada com maior número de votos no estado com mais de 114 mil votos  teve seu  comitê eleitoral no Valão, próximo ao Largo do Boiadeiro. A Rocinha esperava que ela conseguisse  prioridade para urbanização do Largo e do Valão para melhorar as condições para uma região muito visitada. No primeiro turno apoiou Castro para governador e agora no segundo turno por decisão de seu partido o União Brasil passou a  apoiar Lula para a presidência. Daniela tem  um grande peso eleitoral não só na Baixada Fluminense mas também entre os eleitores da favela.  O "jogo político" muda muito e poucos meses depois de tomar posse no Ministério de Turismo, Daniela foi afastada e o novo ministro até agora não tem dado sinais de uma aproximação com os moradores da "maior favela da América do Sul".   
 A Rocinha aos poucos vai se acostumando aos novos tempos. A feira do Largo do Boiadeiro volta a ser um point aos domingos para rever velhos amigos com um copo de uma cervejinha bem gelada acompanhada de um tira gosto, em um lugar seguro. A imensa população enfim ficou livre da disputa insana pelos pontos de venda de drogas e procura um pouco de alegria nem que seja por um breve momento. Felizmente a calma volta a reinar,. Há um tempo atrás um dos melhores pontos turísticos da Rocinha foi atingido pela onda de violência na favela. A turista espanhola Esperanza Ruiz foi atingida por disparo feito por policial militar que atingiu veículo em que estava a turista. O clima estava tenso na área devido a um confronto entre PMs e Traficantes na parte alta. Pode ter havido precipitação no disparo que resultou na morte da turista. Aos domingos a Feira  no Boiadeiro é um ponto de encontro para encontrar produtos típicos do Nordeste e um bom passeio nas manhãs de domingo. Comerciantes que trabalham no Largo do Boiadeiro esperam as prometidas obras que iriam transformá-lo. As obras prometidas em sucessivas campanhas eleitorais não saíram do papel. Agora com o impedimento de Dilma Roussef e o governo Temer é que nunca mais serão feitas, devido ao corte de verbas nas obras do PAC.  O Largo em vez da urbanização ganhou um ponto de moto-taxi. O Largo do Boiadeiro também é o ponto comercial da Rocinha, onde muitos negócios são feitos acompanhados de uma dose de Marimbondo, a cachaça que segundo Pedrinho um cearense filho de Ipú que já foi dono do 03, é a bebida que morde o fígado e clareia as ideias. É também uma passagem obrigatória para quem deseja se dirigir para o alto da favela sem usar veículo de locomoção caminhando a pé através de suas estreitas vielas. No Largo existem mais de uma dezena de pequenos bares, uma churrascaria, que dizem que já foi do Denys, o "chefe do morro" durante mais de uma década, um armazem com produtos do Nordeste, barracas que vendem desde animais abatidos a "ervas de santo" para curar males do corpo, mas principalmente os males da alma. Existe também uma igreja católica e um prédio de três andares. Aos domingos no Largo é montada uma grande feira com produtos nordestinos, a segunda maior do Rio, que rivaliza com a Feira de São Cristóvão. A feira aos domingos é também um grande ponto de encontro das pessoas que moram nos 17 sub-bairros da favela com amigos e parentes que migraram para outras localidades, animados pelo som de violeiros e repentistas, discípulos do Cego Aderaldo, o maior de todos. Mas nem todos gostaram das mudanças ocorridas na feira. Moradores mais antigos entre eles Antonio Trajano,velho patriarca que foi lider comunitário durante vários anos reclamam da pretensa modernização da feira, da perda de suas verdadeiras raízes, da transformação da venda somente de produtos nordestinos em uma "feira livre" desde quando a feira, como aliás muitas coisas no morro passou a ser controlada pelos meninos do movimento. Os feirantes passaram a pagar um pequeno imposto ao "dono do morro" para poder funcionar conforme as leis da localidade. É o velho lema: "Manda Quem Pode, Obedece Quem Tem Juízo".

foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved

Os moradores da Rocinha estão desiludidos e já perderam a paciência com as prometidas obras de urbanização, que iriam transformar o Largo em uma bela praça. conforme promessas feitas pelo governo federal no Programa de Aceleração do Crescimento-PAC há nove anos atrás, mas até agora nada foi feito.

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