CARNAVAL CARIOCA E A CHARGE PROIBIDA

ENQUANTO NA FRANÇA A IMAGEM PROIBIDA PRODUZ TIROTEIO 
NOS BLOCOS CARIOCAS É SÓ ALEGRIA ONDE JUDEUS E MUÇULMANOS CELEBRAM JUNTOS

Na irreverência dos blocos até a charge proibida é motivo de alegria. Enquanto atentados e matanças ocorrem em função de uma simples charge, aqui no Reinado de Momo tudo é festa.  O carnaval 2015 foi a apoteose do capital. Quem tinha dinheiro divertiu-se à balda, quem não tinha nada ficou "batendo palma pra doido dançar". A ganancia, um desejo desenfreado de lucro a qualquer custo foi a tônica da Folia 2015. Os preços que já estavam no alto dispararam para a estratosfera, os vendedores de todas as categorias para todas as frações de classe enlouqueceram, como se não houvesse amanhã. O pavor da recessão criou o estranho fenômeno de preços exorbitantes. Cerveja foi vendida em alguns bares a R$ 12,00 a garrafa, uma dose simples de whisky servida em dedal foi vendida a R$30,00, churrasquinho de gato a R% 12,00. Mesmo assim foi um sucesso fazendo a alegria dos governantes e dos comerciantes que tiraram a forra da queda de vendas no Natal. A buraqueira estendida a toda cidade enlouqueceu os cariocas, que enfrentaram horas e horas em engarrafamentos quilométricos para chegar até o Centro ou até Ipanema, onde se concentravam os foliões.
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved

Foi também o Carnaval do selfie a auto foto, o ápice do narcisismo em tempos de pós-modernidade Há alguns anos atrás a alegria era autentica o povão botava o bloco na rua, literalmente em quatro dias de folia. Começava às nove da manhã de sábado oficialmente, embora o Bloco dos Cornélios do Clube Democráticos insistisse em começar seu desfile na saída do baile às cinco da manhã.O carnaval terminava na terça feira. A quarta era de cinzas, de descanso para curar a ressaca e voltar ao dia a dia, quem desobedecesse era cadeia. O desfile das Escolas de Samba primavam pela simplicidade e por sambas enredo com muita poesia, sempre com dois compositores como no samba do Império Serrano que uso na epígrafe, uma autentica obra prima.
O samba da Beija Flor foi um arranjo, um mix de dez compositores, para agradar a todos, com um porém, não agradou a ninguém, vai cair no esquecimento. Não havia ainda o Sambódromo, e o desfile principal era na Avenida Presidente Vargas, cantando nossa cultura ou satirizando os desmandos dos políticos. Em um Carnaval de dez dias a cidade parou para festejar esquecer o desgoverno, o Petrolão, o "arco de alianças" a apoteose da roubalheira
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved

Acabou a Folia. Fica na cabeça de todos o samba antigo da União da Ilha "O que será do amanhã"?

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