CRISE NA SEGURANÇA: UMA AMEAÇA À POPULAÇÃO

MINISTRO DA JUSTIÇA AFIRMA QUE CORONÉIS SÃO SÓCIOS DO CRIME POLICIAIS PEDEM SOCORRO E AUTORIDADES FINGEM QUE NÃO SABEM  AUMENTA A VIOLÊNCIA EM TODO O ESTADO E O GOVERNO FEDERAL FICA INDIFERENTE E CULPA A PM
NA CIDADE CENTENAS DE VIATURAS DA PM ESTÃO PARADAS POR FALTA DE MANUTENÇÃO HOMICÍDIOS NO BRASIL BATEM RECORD AQUI MATA-SE MAIS DO QUE NO IRAQUE  OU NA SÍRIA E O NÚMERO DE POLICIAIS MORTOS PASSA DOS CEM
A crise na segurança chegou ao auge. Em um jogo de empurra que já dura mais de um mês desde que estourou a "Guerra da Rocinha" o Ministro Torquato Jardim da Justiça declarou que os coronéis comandantes de batalhões da PM são associados ao crime organizado e responsáveis pela crise da segurança no Rio de Janeiro e na escalada da violência. Para Torquato Jardim o coronel PM Teixeira  assassinado no Meier foi de fato executado e tem como provar.  O secretário Roberto Sá da Segurança respondeu às declarações do ministro, para ele uma leviandade  e  uma irresponsabilidade, principalmente quando já são mais de 110 policiais mortos que trabalhavam em um estado completamente falido que não paga a ninguém. Em reunião do governador Luiz Pezão com os coronéis ficou decidido que o Estado do Rio vai interpelar judicialmente o ministro pelas suas declarações.
Policiais pedem socorro (SOS) em uma demonstração do fracasso de uma política de segurança. Se aqueles que protegem a sociedade pedem socorro como fica o cidadão?? O país enfrenta grave crise na segurança e o governo federal fica omisso somente preocupado em acordos e conchavos feitos para garantir projetos que só interessam a eles mesmos e prejudicam a população. Reuniões e mais reuniões, Pezão deixa o Rio abandonado, larga o Spa luxuoso e vai correndo até Brasília e depois volta para as imerecidas férias.
Na "Operação Calabar" da Policia Civil para desbaratar uma verdadeira quadrilha formada por PMs e narcotraficantes, foram presos mais de oitenta policiais militares e vinte e dois traficantes em um esquema de corrupção em São Gonçalo. Com um governador omisso e irresponsável a bandidagem faz o que quer e a população fica totalmente indefesa. No dia em que se fazia um Ato Pela Paz em Ipanema, tiroteio no Pavãozinho, ônibus incendiado em protesto na Mangueira, assaltos em todo canto e arrastão na Via Dutra.
Segundo índices oficiais nunca se matou tanto quanto no Brasil, aqui morre muito mais gente vitimados pela violência do que na Guerra da Síria, no Iraque ou no Afeganistão. Um dos problemas que tem agravado a Crise na Segurança do Estado é o enorme número de viaturas que estão paradas por falta de manutenção. Chega a quase mil os carros enguiçados, são 990 conforme reportagem de O Dia. Em toda a cidade as cabines da PM para proteger os cidadãos também estão abandonadas.
  A omissão do governador Pezão que alega falta de dinheiro para a segurança pública coloca em risco toda a população que enfrenta uma onda de violência. Os episódios  que aconteceram no Espírito Santo deixando rastro de destruição com muitas mortes e feridos em estado grave deveriam servir de alerta não só para os governantes e policiais do Rio de Janeiro, mas principalmente para o governo federal que poderá ter de intervir para proteger a população.
A crise que assola o Estado do Rio de Janeiro após doze anos de desgoverno sob o domínio do PMDB arruinou as finanças de um estado pujante e coloca em risco uma enorme população afetada por inúmeros problemas sem nenhuma solução à vista. Agentes do sistema prisional resolveram acatar decisão judicial e retornaram ao trabalho devido à crise no sistema prisional.
 José Mariano Beltrame quando se afastou da secretaria fez duras críticas aos governantes por não ter recebido apoio durante sua gestão à frente da segurança no Rio de Janeiro. A crise da segurança no Estado do Rio de Janeiro acelerada com os pedidos de demissão do Secretário José Mariano Beltrame e do Chefe de Policia Fernando Veloso, ambos em rota de colisão com o governador e agravada pelo estado de calamidade que assolou um dos estados mais prósperos do Brasil. Desde seu inicio a política de segurança baseada no Projeto de Pacificação das UPPS esteva ancorada em conceitos discutíveis e não adaptados à nossa realidade. De fato a política era baseada em um eixo principal, o ataque à violência que estaria somente enquistada nas favelas.
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As favelas  seriam a fonte de todos os males, bastaria isolar as favelas através de um "cinturão de segurança cirúrgico" para que a violência terminasse, conceito antigo mas persistente, amplamente contestado pela antropóloga Janice Perlman em sua obra  "O Mito da Marginalidade". Mas a realidade é bem outra, a violência é um fenômeno difuso espalhado por todas as grandes cidades e não é em nosso caso culpa exclusiva do narcotráfico, um fenômeno global perfeitamente inserido na economia de mercado, com altas taxas de lucro. As UPPS parecem ter vindo somente para acalmar a bandidagem e tentar convencer os milhões de turistas que viriam para os megaeventos a Visita do Papa, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos num "Cerco Cirúrgico às Zonas Vermelhas", conceito baseado na Guerra Fria e adotado pela Escola Superior de Guerra-ESG difundido no estado pelo ex-secretário de segurança Nilton Albuquerque Cerqueira nos anos oitenta.  O projeto mesmo nas favelas ocupadas não teve o êxito esperado. A desconfiança com os novos "donos do morro" ou seja os PMs, na maior parte despreparados para a convivência diuturna com a população, em sua maioria trabalhadores ou pessoas à procura de trabalho sobrevivendo cada um à sua maneira, às vezes em pequenos serviços e biscates. O estranhamento entre policiais que ocupavam território e moradores chegou ao ponto crítico com o "Caso Amarildo" na Rocinha, a localidade de maior visibilidade não só pela sua localização estratégica e também pelo seu tamanho e população. Fica situada entre dois bairros nobres e no meio da ligação entre Gávea e Barra da Tijuca, um dos acessos à Zona Oeste através do Túnel Zuzu Angel. O desaparecimento do pedreiro Amarildo após torturas e morte foi mais um caso entre inúmeros casos devido a uma técnica de tortura empregada em alguns casos com o nome sugestivo de "Técnica de Investigação Intensiva", talvez intensiva demais. A ocupação pela PM sempre treinada para o combate, uma máquina de guerra preparada para o confronto, principalmente depois da criação de unidades especiais como o BOPE da Policia Militar e posteriormente da CORE da Policia Civil. Mas o setor de investigação que facilitaria o trabalho da segurança não aconteceu, e as melhorias prometidas também não vieram. Os sucessivos programas de crescimento, de ordem federal, PAC-1, PAC-2 e sua continuação PAC-3 tiveram pouca implantação, somente algumas melhorias foram feitas no primeiro programa e muitas nem sequer foram iniciadas, ficaram no papel, embora em alguns casos verbas tenham sido destinadas, mas por um mistério não foram empregadas. A chamada UPP Social não saiu dos discursos em época de eleição, mesmo assim talvez por um ponto futuro, o prefeito da cidade Eduardo Paes recebeu prêmio em Medellin na Colômbia pelas qualidade de serviços em favelas e periferias urbanas, Muita propaganda e poucas realizações, as favelas continuam sem serviços básicos de saneamento, assistência médica, frentes de trabalho, aumento  de creches e escolas enfim continuam ao "Deus Dará".  O Chefe de Policia Fernando Veloso e o Secretário Beltrame ao pedirem demissão pouco tempo depois dos Jogos Para Olímpicos vieram trazer à tona a triste realidade, as UPPS vieram apenas para um controle visando os megaeventos, da mesma forma que a urbanização veio apenas no Centro da Cidade e em parte da Zona Oeste apenas para dar aos milhões de turistas que estão chegando à cidade maravilhosa uma impressão de paz e tranquilidade. Mas infelizmente (ou felizmente) algo sempre foge ao controle, a violência urbana, fenômeno de múltiplas causas explode em vários locais, de norte a sul, de leste a oeste e os recentes casos como o fechamento do comércio por ordens do narcotráfico e o assassinato de policiais pela bandidagem estão aí para comprovar a Crise da Segurança Pública não só na bela Cidade de São Sebastião, mas em todo O Estado do Rio de Janeiro.

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