AS ORDENS VEM DE DENTRO DA CADEIA

 AS REDES CRIMINAIS  CONTROLAM O CRIME EM TODA CIDADE 
CRIMINOSOS RECEBEM ORDENS DOS CHEFÕES CONFINADOS EM PRESÍDIOS DE "SEGURANÇA MÁXIMA"
A regra que vem desde os anos 70 na Ilha Grande continua a ser cumprida fielmente, apesar das dificuldades. "As Ordens Vem de Dentro da Cadeia", e os que ainda estão em liberdade cumprem fielmente as determinações da cúpula do Comando Vermelho, sob a atual orientação de Márcio Santos Nepomuceno o Marcinho VP, do Morro do Alemão preso em Catanduva PR, em presídio de segurança máxima, onde 200 câmeras fazem a vigilância dos internos. Uma dessas câmeras flagrou repasse de mensagens para a cúpula da organização criminosa que teria sido entregues pelo agente Docimar Pinheiro que funcionava como "pombo correio". A advogada Luceia Aparecida Alcântara seria a responsável pelos bilhetes conforme reportagem da Folha de São Paulo em julho de 2021. 
Em setembro de 2002 o Secretário de Justiça Paulo Saboya afirmou que quem dava as ordens não era Fernandinho Beira-Mar e sim Marcinho VP do Conjunto de  Morros do Alemão. FBM seria um bom articulador, com muitas ligações no exterior, da maior importância para a compra de drogas, em especial da cocaína.  No jargão criminal seria o grande "matuto", motivo maior da morte de Uê, que liderava a compra e venda de drogas. Marcinho VP e Gigante da Maré quem de fato executaram Uê. 
Presídio de Catanduva-PR photo Ministerio da Justiça

 
O ministro do Supremo Gilmar Mendes em entrevista à Folha de São Paulo afirmou que as prisões em excesso só servem para fornecer mão de obra barata para o PCC. O Sistema Prisional brasileiro está completamente  falido e presos por pequenos delitos acabam engrossando as redes criminais.
Apesar das promessas de campanha o atual governo não conseguiu controlar o sistema prisional em todo país. Um novo massacre no Presídio Anísio Jobim em Manaus deixa o ministro Sergio Moro perplexo e sem saber o que fazer. Até agora são mais de cinquenta mortos.
Há mais de um ano   em revista feita na Penitenciária de Alcaçuz foram encontrados novos corpos mutilados e o número de mortos pode chegar a vinte e oito. Apesar de revistas constantes e do início da construção de um muro para separar grupos inimigos, presos andam livremente pela área e muitos usam celulares para comunicação com exterior, uma prova de que a situação ainda continua fora de controle. O tão propalado Plano Nacional de Segurança Pública ainda não saiu do papel e mais parece uma peça de retórica para acalmar apenas algumas pessoas, mas que causou revolta aos presos, agentes penitenciários e a população que sofre com aumento da criminalidade. Seis membros do Conselho de Segurança pediram demissão, inclusive seu presidente por não estarem de acordo com a política prisional adotada no governo Temer.  A rebelião de presos que começou há mais de uma semana na Penitenciária de Alcaçuz na Grande Natal continua sem previsão para acabar.  O confronto entre as duas facções que já fez vinte e seis mortos, quase todos decapitados e vários  feridos continua mesmo com intervenção policial. A rebelião na penitenciária que abriga 1.150 presos de duas facções, o PCC e o Sindicato do Crime Rio Grande do Norte que havia sido aparentemente controlada  no início da manhã de domingo com a entrada de força policial. teve outra tentativa de massacre entre as duas facções. Barricadas foram armadas e policiamento foi reforçado. A policia teme um novo confronto entre criminosos rivais.
A crise do sistema prisional é muito antiga e pode explodir em vários estados devido à excessiva população carcerária que tem aumentado de maneira assustadora. As declarações equivocadas do ministro da Justiça ao dizer que "a situação no sistema prisional está sob controle" não contribuem para resolver o problema, mas ao contrário poderá agravá-lo. Para o promotor Marco Antônio Azeredo foi uma declaração vergonhosa porque  crise no sistema acontece em todo o país e não uma simples crise regional eventual. Após a matança generalizada ocorrida no Complexo Prisional Anísio Jobim-COMPAJ em Manaus um novo massacre ocorreu em Roraima na Penitenciária Agrícola Monte Cristo onde 33 presos foram brutalmente executados. eles foram decapitados e tiveram seus corações arrancados em um bárbaro ritual. A insensibilidade e a incompetência do governo Temer vai agravar uma crise que vem de anos e anos de descaso com o enfrentamento da criminalidade. O Ministro da Justiça em vez de enfrentar o problema de imediato marcou para dia 17 de janeiro uma reunião para debater a matança generalizada que está colocando em risco a frágil segurança pública.   No Complexo de Gericinó em Bangu onde fica um conjunto de presídios com milhares de presos tem faltado água desde antes do Ano Novo. Agentes penitenciários temem uma rebelião devido ao calor de mais de 45 graus, que tem transformado as celas em uma fornalha.   O Sistema Prisional no Brasil está falido e acompanha a falência do Estado Brasileiro, os chefões mandam e desmandam nos presídios, os agentes penitenciários simplesmente obedecem, os governantes nada fazem e ficam perplexos dando respostas estapafúrdias quando pressionados pela imprensa ou por defensores de direitos humanos.
Há anos que acontecem matanças generalizadas nos presídios de Norte a Sul, de Leste a Oeste em nosso território. Em janeiro de 2014 no Complexo Prisional de Pedrinhas no Maranhão ocorreu um massacre de presos, muitos foram decapitados e suas mulheres que tinham ido visita-los foram estupradas . As prisões são depósitos de presos que vivem em condições sub humanas, à exceção dos chefões que tem as benesses que seu status (e dinheiro, muito dinheiro) permite. O Brasil possui uma das maiores populações carcerárias de todo o mundo onde 670 mil detentos vivem em cárceres que comportam apenas 395 mil vagas. A população carcerária  deve aumentar em progressão geométrica pelo modelo de sistema em que vivemos. Nossa democracia é débil, mal saiu do papel, existe dentro do atual governo interino-definitivo uma tendência ao desconhecimento dos mais elementares direitos de cada cidadão e à violação dos mais elementares direitos humanos, onde o infrator é considerado um não cidadão sem nenhum direito e nenhumas regras de procedimento.
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
 As prisões desde os anos 70 na Ilha Grande, a "Mãe de Todos os Presídios" são escolas de aperfeiçoamento da criminalidade onde os presos saem verdadeiras máquinas do crime e são obrigados, em sua maioria,  à pertencer à alguma rede criminal e obedecer cegamente e sob juramento à uma rígida hierarquia  para viver em condições de não serem molestados. Poucos saem em condições de viver em sociedade, muitos por não possuir nenhuma habilidade de nenhum ofício, saem somente para praticar o crime, desta vez com mais conhecimento e proteção de sua rede criminal. A recente matança em presidio de Manaus é mais um capítulo totalmente previsível de um massacre anunciado que vai acontecer de tempos em tempos, apesar do presidente Michel Temer ter dito que foi "apenas um acidente macabro". Mais um erro de avaliação, mais uma "bola fora" do grupo de Brasília, onde estão mais perdidos do que cegos em meio a tiroteio. A socióloga Julita Lemgruber admite "que o sistema penitenciário vive sob o manto da ilegalidade.
A disputa pela rota de escoamento de cocaína que envolve bilhões de dólares através do Rio Solimões na fronteira entre Peru, Colômbia e Bolívia que era feita por pequenos grupos passou a ser alvo de disputa entre a Família do Norte-FDN e o Primeiro Comando da Capital que quer dominar todo o Brasil e países limítrofes. A FDN nasceu em 2006 quando dois criminosos recém saídos da prisão Gelson Carnaúba e Zé Roberto Compensa resolveram explorar o lucrativo comércio do narcotráfico.   O PCC que tinha uma sociedade antiga com a facção mais antiga rompeu a aliança eventual com o Comando Vermelho, que tem sua sede no Rio de Janeiro que se aliou ao grupo FDN para explorar a rota milionária. O massacre já era esperado, principalmente pelo rompimento entre as duas redes criminais mais fortes, o CV e o PCC cuja gota d'água foi a execução de Jorge Rafaat Toumani em Pedro Juan Caballero no Paraguai que dominava a fronteira Brasil/Paraguai.

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