O CARNAVAL PROIBIDO

O CARNAVAL CARIOCA ERA ASSIM:  FESTIVAL DA BESTEIRA QUE ASSOLA O PAÍS ATACA NO CARNAVAL 
ALCAIDE QUER MUDAR HORÁRIO DOS BLOCOS
 MARCHINHAS SÃO PROIBIDAS EM NOME DO POLITICAMENTE CORRETO
     "Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?"
                                                  João Roberto Kelly
     "Maria Sapatão, Sapatão, Sapatão,
      De dia ela é Maria, de noite é João"
                                     João Roberto Kelly
      "Quando a vizinha enche a cara de Pitú
        e começa o maior sururu.
       Pega ela Piru, pega ela Piru, Pega ela Piru"
                                      A Vizinha, Mussum
                                      
O Carnaval carioca era assim, a censura do "bispo" Crivella queria atacar na Folia. Stanislaw Ponte Preta deve estar se revirando no túmulo, o Festival da Besteira vai atacar no Carnaval. A mudança de Blocos tradicionais como o Simpatia e a Banda de Ipanema, entre outros do meio da tarde para o início da manhã é uma imensa burrice, para causar polêmica e tirar o foco da péssima administração do autoproclamado bispo Crivella. Há dois anos atrás a interdição do Sambódromo na véspera do desfile do Grupo de Acesso foi uma aberração digna de uma cabeça doentia.

A proibição em nome do Politicamente Correto tenta transformar a maior festa popular do mundo onde os blocos de rua levam a diversão a todos em uma alegria contagiante em um desfile sem graça, onde a espontaneidade vai dar lugar ao programado, em uma robotização em massa. Marchinhas tradicionais, sucessos há várias décadas como " A Vizinha" mais conhecida pelo refrão alucinante "Pega ela Pirú",  "Cabeleira do Zezé", "Maria Sapatão", "Mulata Bossa Nova", " O Teu Cabelo Não Nega" e muitos outros estão sendo retirados de cena em uma cruzada equivocada e totalmente desnecessária. Em meio a tanta sandice um grupo de professoras em Recife criou o bloco "Cansei de ser Profunda", uma crítica ao descaso dos governantes e ao programa enganador Brasil Pátria Educadora. Vai ser um sucesso.
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
Blocos de Carnaval como "Mulheres Rodadas", "Céu na Terra" e alguns outros querem retirar músicas tradicionais, sucessos em todos os blocos em nome de uma "festa séria".  Daqui a pouco vão proibir o biquíni e os seios de fora como na "Era Jânio Quadros" de triste memória, que mergulhou o país em uma situação caótica cujos efeitos sentimos até os dias de hoje.
O compositor João Roberto Kelly, o mais tocado no Carnaval em entrevista à Cléo Guimarães em sua coluna "Gente Boa" afirmou: " Carnaval é uma grande brincadeira, é leveza. Nunca quis ofender ninguém e acho que marchinha não pode ter limite".
Carnaval é inversão de valores onde homens se vestem de mulher, adultos se transformam em crianças,  ricos saem de mendigos e falsos religiosos desfilam ao som de cuícas e tamborins. O "Reinado de Momo" é  crítica, deboche, o direito de extravasar depois de um ano de dificuldades, recessão, muito sofrimento e um futuro incerto, querer proibir letras ingênuas de músicas feitas em um outro contexto é um tremendo equívoco. O carnaval é uma festa sem dono, sem regras e sem imposições. São quatro dias de folia, sinônimo de loucuras, para tudo se acabar na quarta feira, como dizia o poeta.

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