FORÇAS ARMADAS OCUPAM A CIDADE PARA COMBATER A VIOLÊNCIA

GENERAL WALTER BRAGA NETO É O INTERVENTOR FEDERAL  PARA ACABAR COM A VIOLÊNCIA 
ARRASTÃO NAS PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO VIROU UMA TRISTE ROTINA
VINTE E CINCO MIL HOMENS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA COM OITO HELICÓPTEROS PARA IMPEDIR ROUBO DE CARGAS MAS SÓ POR UNS DIAS
RIO DE JANEIRO ENTREGUE A DOIS TIPOS DE CRIMINALIDADE: O CRIME ORGANIZADO E O CRIME DESORGANIZADO
Governo Federal publica decreto que permite intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, como medida desesperada para conter a onda de violência que explodiu durante a semana de Carnaval. O general Walter Braga Neto é o novo interventor nomeado pelo presidente Michel Temer.  Arrastões em vários bairros, tiroteios em todo o estado durante os dias de folia levaram à medida.
Bandidos em fuga após perseguição policial invadem quartel na Vila Militar e são metralhados após furar bloqueio. Eles já tinham percorrido vários bairros e no desespero invadiram quartel.
A bandidagem continua a desafiar o Plano de Segurança e arrastões continuam atormentando o cidadão carioca. O ápice da violência aconteceu com a invasão da Rocinha, problema que já poderia ter sido evitado há muito tempo. As invasões de favelas por redes criminais inimigas tem acontecido com bastante frequência há alguns meses. Até agora pouco ou nada foi feito. Nas Linha Amarela, Avenida Brasil e Linha Vermelha assaltos, arrastões, sequestros tem acontecido quase diariamente deixando a população cada vez mais insegura.
Já vai mais de um mês (16/08/17) que uma das ultimas investidas das Forças de Segurança com auxílio de blindados e helicópteros invadiram várias favelas em Niterói   para desbaratar quadrilhas que atormentam a população fluminense; Desde a madrugada de sábado 5 de agosto cinco mil homens das Forças de Segurança com apoio de oito helicópteros  e dez blindados voltaram às ruas e ocuparam o Complexo do Lins, o Morro de São João no Engenho Novo e bloquearam a estrada Grajaú Jacarepaguá, tendo prendido até agora quinze pessoas e dois mortos no confronto. As tropas que ocuparam a cidade voltaram para os quartéis e o roubo de cargas tem voltado com força total, e pode provocar problemas no abastecimento. Foi a segunda fase da Operação para combater a criminalidade. O Batalhão de Operações da PM o BOPE invadiu a Vila Cruzeiro na Penha, um dos redutos do Comando Vermelho e teve de se proteger atrás de barricadas de concreto devido à forte resistência.
Na última semana Michel Temer veio até ao Rio de Janeiro acompanhar a Operação Militar na cidade. Esteve reunido no Comando Militar do Leste com o governador Pezão , o prefeito Crivella, secretário de segurança e depois vai fazer um sobrevoo para inspecionar a atividade militar.O Estado do Rio de Janeiro chegou ao fundo do poço, está totalmente sem governo e sem controle social. Reuniões, mais reuniões muito falatório e na prática pouco ou nada tem sido feito. O ministro Raul Jungmann da Defesa está na cidade e admitiu o fracasso de uma política da segurança e deu início à operação "O Rio Quer Segurança e Paz" Em um pronunciamento no Comando Militar do Leste Jungmann, ao lado do ministro Torquato Jardim afirmou que virão mais de dez mil homens para o combate à criminalidade e que os criminosos vão reagir e aí haverá um "guerra". As Forças Armadas escaladas para a missão vão ter poder de policia e poderão prender ou reagir com armamento letal quando houver necessidade.

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O crime desorganizado imita um  estado sem lei e sem ordem, elementos armados com fuzis de assalto atacam pessoas para roubar celulares, relógios Made in China, mochilas de crianças, pacientes na porta de hospital às quatro da madrugada. São o que a antropóloga Alba Zaluar chama de "Bandido Porco", ou seja aquele que não respeita nada e age totalmente desorientado.  Com o aumento dos índices de violência em proporções jamais vistas, o Ministro Raul Jungman, da Defesa, resolve atender aos apelos da população do Estado do Rio de Janeiro que não suporta mais sofrer assaltos, estupros, sequestros e ter de conviver com a criminalidade sem nada poder fazer. Uma comitiva saiu do Rio composta pelos governador, vice-governador, presidente da Câmara e outros menos votados para pedir pela centésima vez uma ajuda do governo federal para mais um combate ao crime. Na prática foi um atestado da falência total da segurança pública, que já não funcionava plenamente em toda a cidade, mas que conseguiu manter uma aparência fugaz durante algum tempo, com a única finalidade de atrair turistas em função dos megaeventos.
Com a prova da ineficácia das Unidades Pacificadoras-UPP que só vieram trazer um cinturão cirúrgico de segurança ao tentar isolar do resto da população determinadas favelas denominadas "Zonas Vermelhas" que deram uma efêmera sensação de segurança, mas durante muito pouco tempo. Aos poucos a pacificação prometida, foi ficando cada vez mais distante, com a não realização da segunda fase das unidades, a implantação da chamada UPP Social, que nunca saiu do papel, embora o prefeito Eduardo Paes e secretários tenham recebido em Medellin um prêmio pelo êxito do programa. Na prática um grande engodo. Cansado de na prática enxugar gelo, pois a política de segurança tem sido voltada somente pelo combate ao narcotráfico, conceito que vem desde a "Guerra Contra as Drogas" implantado pelo presidente Reagan, há algumas décadas, mas que tem sido um retumbante fracasso, onde o número de mortes na "guerra" e o aumento do consumo de drogas não conseguiram em nenhum lugar reduzir os índices de violência.

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No Estado do Rio de Janeiro, em especial na bela cidade de São Sebastião, a bandidagem anda à solta e faz o que bem entende. Se o crime altamente desorganizado de nossa cidade era quase incontrolável, agora com a entrada em massa do Primeiro Comando da Capital-PCC em aliança com a rede criminal Amigos dos Amigos-ADA veio trazer uma escalada de situações de conflito de sangue entre as redes criminais que combatem entre si dia e noite pela posse de território. Essa situação de intensos combates diários tem como resultado mortes em série de moradores, de crianças dentro e próximo à escolas, de narcotraficantes e de um número jamais visto de policias assassinados, estando ou não a serviço. Até o momento em que escrevo essas linhas já são noventa. O tráfico imita o Estado, até porque faz em nosso sistema parte do Estado, infelizmente. Da mesma foram que cartazes exibem recompensa pela captura de delinquentes, o crime também distribui prêmios pela morte de policiais. O lema "Traga-me a cabeça de um PM" está a ser usado pelo crime desorganizado, situação inimaginável, mas estamos como naquela selva urbana do magistral filme de Sam Peckinpah "Traga-me a Cabeça de Alfredo Garcia" .   
Para tentar resolver o caos urbano desembarcam na cidade milhares de homens das Forças Armadas e da Força Nacional para tentar retirar da antiga "Cidade Maravilhosa" o título de "Rio de Janeiro Terra sem Lei". Infelizmente, como em outras ocasiões a paz e harmonia vão ser momentâneas. Nós já vimos este filme. A "Guerra Contra as Drogas" vai continuar, assim como a violência urbana.

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