"RACHA DO TRÁFICO" NA ROCINHA TRAZ MUITO MEDO AOS MORADORES

INÁCIO O "CANELÃO" NARCOTRAFICANTE FORAGIDO FOI PRESO EM SÃO PAULO 
ROGÉRIO 157 MESMO PRESO CONTINUA A DAR AS ORDENS 
DISPUTA PELOS PONTOS DE VENDA DE DROGAS CAUSA PREJUÍZO 
A INVASÃO DA ROCINHA MOSTRA MAIS UMA VEZ A CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA
"NEM NÃO É MAIS DONO DE NADA" GRITA ROGÉRIO PARA QUEM QUISER OUVIR
Inácio Teixeira o "Canelão" que foi gerente de bocas de fumo da Rocinha que estava foragido desde 2006 foi preso em Diadema, São Paulo. Ele saiu da favela após desavenças com Antônio Bonfim Lopes, o Nem.
Rogério 157 continua a dar suas ordens de dentro da cadeia. Ele é um dos personagens principais da "Guerra da Rocinha" que modificou a configuração territorial do narcotráfico no Rio de Janeiro e foi preso na Favela do Arará, próxima à Rua Leopoldo Bulhões em Benfica. Ele estava abrigado na Mangueira, um dos redutos do Comando Vermelho após ter trocado de lado e fugiu para o Arará porque tinha sido informado de uma invasão à Mangueira. Alfredo Ribeiro Santana conhecido como Cachorrão foi preso no Morro do Fogueteiro em Santa Teresa . Ele é o braço direito de Rogério Avelino o 157 e sua mulher Tainá foi presa há mais de um mês atrás. Fernando Lemos conhecido como Bruxo foi preso por uma equipe da Delegacia de Roubos de Automóveis, mais uma baixa do grupo aliado a Nem. Segundo relato de policiais ele administrava vários imóveis na Rocinha, com dinheiro do narcotráfico.
A chamada "Guerra da Rocinha" tem causado enorme prejuízo a todos. Comércio legalizado e comércio da venda de drogas, a varejo, tem tido enorme prejuízo e moradores amaldiçoam a ambição dos dois grupos que deve durar ainda algum tempo. A tentativa da tomada de poder de Rogério 157 que era o "fiel" de Antônio Bonfim o Nem, na prática veio trazer á tona a divisão entre os dois chefes de tráfico na Rocinha. Muitos morreram e muitos ainda vão morrer pela divisão de poderes e consequente divisão territorial pelo controle dos pontos de venda da "Mina de Ouro" do Rio de Janeiro. Traficantes estão sendo presos um a um. Hoje dois frentes foram presos, Tales Juan o Talibã preso em uma casa na Vila Verde e Adailton da Conceição o Mão preso na Baixada. Mas a principal prisão foi a de Danubia Rangel mulher de Nem foi  presa na Ilha do Governador. Danubia era chamada de "Primeira Dama" da Rocinha e executava as ordens dadas por seu marido, preso em presídio de segurança.
Danubia Rangel  mulher de Nem da Rocinha reprodução facebook
 Aos gritos de "Nem não é mais dono de nada" Rogério 157 tenta mostrar que vai resistir com muita dureza e muitos fuzis. Assim foi a palavra de ordem do atual "dono do morro" que rompeu com seu chefe Antônio Bonfim, o Nem.  Desde o terceiro dia após a invasão bandidos do grupo de Rogério 157 tem feito uma varredura, principalmente em celulares para expulsar quem ajudou na entrada dos aliados de Nem que vieram em um 'bonde" de mais de noventa homens. Quem tem sido pego é sumariamente castigado e expulso da favela.
A recente invasão da Rocinha não foi a primeira nem vai ser a última, infelizmente. Desde a entrada maciça da cocaína no anos oitenta que a "Guerra da Rocinha" tem se sucedido em muitas batalhas, com alguns períodos de calmaria. Esta série de confrontos é um derivado tropical da "Guerra Contra as Drogas" uma política que não tem dado certo. A política de segurança do Estado do Rio de Janeiro tem sido uma sucessão de fracassos, que ficaram encobertos durante um breve tempo pela implantação das Unidades Pacificadoras-UPPS. O projeto de pacificação foi apenas uma tentativa de encobrir a triste realidade da desigualdade social, do déficit educacional e do problema habitacional no Rio de Janeiro, principalmente na "Cidade Maravilhosa". O isolamento das mega favelas formando uma espécie de cinturão cirúrgico criado para esconder as chamadas zonas de risco dos milhões de turistas que vieram conhecer as maravilhas tropicais durante os grandes eventos como a Visita do Papa, a Copa do Mundo e a recente Olímpiada 2016. Milhões e milhões foram gastos em obras feitas a toque de caixa, superfaturadas e  o chamado legado olímpico foi de fato uma dívida colossal.
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
A Crise na Segurança não é um fenômeno recente, já vem de décadas e tem se agravado de maneira acelerada com a total falência do Estado do Rio de Janeiro, com sucessivos saques aos cofres públicos praticado pelo grupo político ligado ao PMDB com a complacência a o total apoio dos "governos populares" do Partido dos Trabalhadores-PT em nome de um arco de alianças à maneira tupiniquim. Em nosso estado a salvação na segurança viria com as UPPS que trariam a paz e a prosperidade para toda a população, pela erradicação da criminalidade e pela implantação de melhorias pelo projeto do Programa de  Aceleração do Crescimento em suas três etapas PAC-1, PAC-2 e PAC-3, programas de motivação eleitoreira. Somente o PAC-1 teve início e com algumas obras terminadas como algumas unidades de saúde as UPAS. Muitas obras ficaram inacabadas, outras não saíram do papel, embora muito dinheiro tenha escoado pelo ralo. A face obscura das UPPS veio à tona justamente na Rocinha com o "Caso Amarildo" em 2013 com a tortura como método de investigação, em conjunto com a extorsão e acordos pontuais com os "donos do morro".
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Com a Crise do Capital atingindo em cheio nosso país em especial nosso estado até o pouco dinheiro que sobrava dos grandes projetos acabou, as verdadeiras políticas públicas vieram mostrar em definitivo sua face, sem nenhum retoque. Repressão, confronto baseado no falso conceito global da "War on Drugs" ideário de Ronald Reagan e implantado como estratégia geopolítica de campo experimental na Colômbia. No Brasil a ideia vem desde a conceituação das "Zonas Vermelhas" desenvolvido no Rio de Janeiro pelo general Nilton Albuquerque Cerqueira, o "Cerqueira Branco" secretario de segurança que criou tropas especializadas para o combate ao inimigo, preferencialmente enquistados nas favelas. Essa "máquina de guerra" foi aperfeiçoada pelo Batalhão de Operações Especiais-BOPE da Policia Militar com utilização de blindados o Caveirão exoticamente agora pintado de branco. O Batalhão é extremamente bem treinado sob orientação bélica, com muito apoio da Policia  de Israel e suas tropas especializadas em conflitos urbanos.
 A "Guerra Contra as Drogas" é uma política equivocada, mas estrategicamente bem planejada e adotada em muitos países, embora tenha fracassado, o número de mortos em confronto tem aumentado, muitos civis são abatidos e o narcotráfico como fenômeno global só tem aumentado, engordando o bolso dos "barões do narcotráfico" e deixando uma triste estatística de jovens "soldados do movimento" mortos, e prontamente substituídos como meras peças de reposição neste "Exército de Reserva" na obscura e funesta indústria do crime. Na Rocinha, localidade de grande visibilidade pela sua localização os confrontos ficam mais visíveis, situada dentro da Gávea e São Conrado em ter fronteiras definidas ela é um complicador, principalmente na época de grande eventos como agora com a festa musical o Rock In Rio de repercussão globalizada. Para se chegar à grande festa passa-se obrigatoriamente pela entrada da "Maior Favela da América do Sul" e seus contrastes. A Rocinha é para uns um Paraíso Tropical, para outros, como agora, um Inferno Astral, conforme o humor de cada um. Façam sua escolha.

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