COMANDO VERMELHO CONTROLA A ROCINHA COM JOHNY BRAVO A DAR AS ORDENS


ROGÉRIO 157 VAI SER TRANSFERIDO PARA PRESÍDIO EM BANGU
JOHNNY BRAVO E THIAGO CATATAU SÃO OS GERENTES DO TRÁFICO DA ROCINHA 

OS MAIS DE CEM PONTOS DE VENDA DE DROGAS ATRAEM A COBIÇA DAS OUTRAS REDES CRIMINAIS
Por decisão judicial Rogério Avelino o 157 vai ser transferido de presídio de segurança para o Rio de Janeiro. Johnny Bravo que atualmente controla a Rocinha mandou um fortalecimento após reunião de vários "chefes" do Comando Vermelho para tomar os cobiçados pontos de venda de drogas do Complexo do São Carlos, dominados pelo Terceiro Comando. As orientações foram dadas por Wilton Quintanilha, o "Abelha" um dos "frentes" do Comando Vermelho após o consentimento de Marcinho VP, preso em Catanduva. Alex Marques de Melo, o Léo Serrote foi preso após a invasão frustrada há dias atrás, que infernizou a vida dos moradores do Estácio. Léo Serrote havia rompido com a rede criminal TCP e fez acordo com os narcotraficantes da Rocinha e comandou a invasão por conhecer o território. As ordens vieram de dentro da cadeia e um grupo de cerca  de 80 homens formou o "Bonde do CV" para a tomada de território que não aconteceu. Policiais acreditam que poderá haver nova invasão nos próximos dias, não só do São Carlos, mas de outras favelas que já foram dominadas pelo CV e agora estão na mão das Milícias ou do Terceiro Comando. 
Em imagens que circulam na web, Thiago Neris o Catatau e um traficante conhecido como Johny Bravo estão em uma festa no final de agosto na parte  alta da favela vestidos com uniformes usados pelas forças de segurança. John Wallace Viana o Johny  Bravo  Catatau controlam o rentável narcotráfico da Rocinha, sob as ordens de Rogério Avelino.
 A mais recente "Guerra da Rocinha" não é a primeira nem vai ser a última. A prisão de Rogério Avelino o 157  pode dar início a mais uma disputa sangrenta entre as redes criminais. Mesmo condenado a 32 anos de prisão e atualmente em presídio de segurança em Porto Velho, Rogério controla a maior parte da venda de drogas na imensa favela.
Johny Bravo (de preto) reprodução da Web

No entanto Antônio Bonfim o Nem mesmo dentro de presídio de segurança em Roraima fez uma aliança com o Primeiro Comando da Capital-PCC e com o Terceiro Comando-TCP para retomar o controle de toda a favela.
Para uma liderança comunitária que vive na parte alta e não quis se identificar, foi mais uma tragédia no ano de 2017. Para ele como se não bastasse o "racha" que tem feito um número incontável de mortos e feridos, a Rocinha sem os dois "chefes" vai ser uma terra de ninguém e a disputa vai ser muito dolorosa para a imensa população que não aguenta mais viver no meio do fogo cruzado.
As desavenças entre Antônio Bonfim Lopes o Nem e Rogério Avelino o 157, que era homem de total confiança de Nem, começaram há alguns meses e vieram à tona na madrugada de 13 de Agosto com a execução dos três "fiéis" de Nem chefiados por Perninha que iria controlar todo o comércio da Rocinha. Robson Silva o 199,  Wellington Nascimento e Ítalo Jesus Campos o Perninha tiveram a ingenuidade (ou coragem) para comunicar as ordens de Nem à Rogério 157,  que Perninha era o novo dono do Morro passando todo o lucro para o controle de Nem.  A divisão conforme o acerto entre os dois era que os lucros da venda e drogas, a varejo, eram para Rogério e Nem ficaria com a renda de todos os outros tipos de fonte de renda para o narcotráfico como venda de gás, TV a cabo, enfim um "imposto" sobre várias atividades. Mas Rogério quebrou o acordo e ameaçou a mulher de Nem, Danubia e acusou-a de muita interferência nos negócios. Moradores se queixaram de aumento do pedágio e da ganancia de 157 que aumentou os preços do botijão de gás por conta própria.   As ordens de dentro do presídio foram ignoradas, mas ainda boa parte da imensa favela era controlada por Parazinho, do grupo de Nem. Parazinho e mais um frente dias depois da execução foram chamados para  conversa com 157 para resolver alguns pontos, mas todos sabiam que eles seriam executados. Não foram ao encontro com a morte e saíram da Rocinha para uma das muitas localidades controladas pela rede criminal Amigos dos Amigos-ADA. Muitos narcotraficantes seguiram o mesmo destino, saíram para não morrer.
A Rocinha já havia mudado de lado no "reinado" de Luciano Barbosa o Lulu irmão mais novo de Cassiano que foi um dos chefes do morro em 1988 controlado à distancia por Denir Leandro o Denys.  As bocas de fumo da Rocinha eram a menina dos olhos do Comando Vermelho pela sua localização e seu fácil acesso, mas uma série de desavenças entre Fernandinho Beira-Mar e Denys que culminaram com o assassinato de Denys dentro do presídio em janeiro de  2001 acabaram forçando a um rompimento. Denys era idolatrado por boa parte da localidade e Luciano não aceitava o assassinato do mais que um chefe, um quase irmão e não nutria nenhuma simpatia por Beira-Mar. As exigências de mais dinheiro do lucro dos pontos de venda para o Comando e a excessiva centralização das enormes cargas de cocaína e maconha por parte de Beira-Mar que queria ser o único fornecedor precipitaram o rompimento.
foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved uso proibido sem autorização

Uma nova "Guerra" era inevitável e veio em uma Semana Santa . Até a entrega para a policia  de dois homens de Beira- Mar o chileno Carlos Vidal e Jorge Candido o Sombra que teriam sido  entregues "de bandeja" por Zarur a situação estava sob controle, mas Luciano ficou sabendo que os dois viriam com a missão de executa-lo e deu as ordens para o "justiçamento".  Carlos Vidal chamado de Gringo era uma espécie de porta-voz de Beira-Mar nas favelas controladas pelo CV. Mais uma entre as inúmeras "Guerras" internas para a tomada dos pontos de venda veio e durou alguns dias. Foi em uma Sexta-Feira da Paixão dia 09/04/2004 que o inferno começou. A Via Sacra da Rocinha , uma tradição da comunidade foi seguida por noites seguidas de terror.  Depois de muitos tiros, quatorze mortos, muitos feridos  e alguns dias que pareciam séculos Eduíno Eustáquio o Dudu ferido na perna fugiu pela parte alta mas prometeu voltar. A vitória e o "reinado" de Luciano durou somente mais alguns dias, atraiçoado por seus "fiéis", em realidade simples traidores, Luciano junto com  seu amigo Ricardo Didão segundo relato de vários moradores foi executado em sua casa no Laboriaux mesmo tendo se rendido,  mas prevalece a versão oficial de um grande confronto. O morro todo desceu para seu sepultamento, muitos ainda não sabiam, ou preferiram não acreditar que o morro agora era um feudo da ADA e faziam a sigla CV com as mãos. Luciano era um "cria do morro" de uma linhagem nobre dentro do narcotráfico, era irmão de Cassiano e Conde e fazia a política da distribuição de alimentos tradição que vinha desde a época de Denys e ajudava os moradores com presentes ou mesmo dinheiro em época de festas.
Algumas escaramuças se repetiram durante estes anos mas o atual "Racha" parece que tem sido e vai ser o pior de todos. Com a invasão há mais de mês de um bonde de mais de 120 homens de várias favelas sob o domínio da ADA e as seguidas invasões das Forças de Segurança Rogério 157 "mudou de lado" e foi pedir asilo em morros sob o controle do Comando Vermelho. Muitos soldados do CV e principalmente muitos fuzis de assalto chegaram no morro, junto com uma violência desenfreada. Os frentes do Comando Vermelho tem agido de forma extremamente violenta para ter o controle total dos mais de cento e vinte pontos de venda de drogas, além das inúmeras esticas pelos bairros próximos Mas nos dias dos novos tempos da pós-modernidade outras fontes de renda vem trazer lucros talvez maiores se somados. Transporte alternativo, circulação de bebidas, distribuição de gás, algumas ou muitas lideranças comunitárias  enfim tudo na "Maior Favela da América do Sul" voltou a ser controlado pela mais antiga rede criminal, o Comando Vermelho-CV. Quem conseguir sobreviver vai contar ( ou não) mais uma "Guerra da Rocinha", onde no final das contas todos sairão derrotados.

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