A "GUERRA DO RIO" VAI SER INTENSIFICADA

DEZ MORTOS EM UMA "GUERRA" SEM FIM 
ÁGATHA DE OITO ANOS MORRE BALEADA COM TIRO DE FUZIL 
ESTRADAS DA MORTE SÃO AS RODOVIAS DO ESTADO DO RI

A matança continua, com poucos resultados na prática. As invasões a vários morros em conflito pela tomada de território resultou em dez mortos e terror implantado em milhares de moradores. Parte da cidade viveu mais um dia de horror. As milícias avançam, agora com disputas entre seus dois ramos principais. O Rio é dominado pela criminalidade e a "Guerra contra as Drogas" só tem aumentado o número de "abates" sem impedir o controle territorial cada vez maior da criminalidade. A nova política de segurança baseada na "Lei do Abate" tem trazido pânico e dias de horror aos moradores das favelas do Rio de Janeiro. A menina Ágatha Vitória de oito anos teve seus sonhos de se tornar uma bailarina por um impiedoso tiro de fuzil disparado por policial que tentou atingir um motociclista. Milhares de pessoas, a maioria de favelas se reuniu no centro da cidade em protesto contra a "Lei do Abate". No inicio de maio as invasões policiais deixaram um saldo de mais de dez mortos nas Rocinha e na Maré. Moradores protestam contra a truculência policial.
  As estradas no Estado do Rio de Janeiro são rodovias da morte, bandidos de São Gonçalo saem do baile funk no início da manhã em grupo de até 20 homens muito bem armados, vão para a Niterói Manilha assaltar e  matar quem estiver pela frente. A rodovia é o principal acesso para quem vai para a Região dos Lagos pela Via Lagos. Não se avista nenhum carro da polícia rodoviária trafegando, estão sempre recolhidos em suas bases. Enquanto isso o número de mortes tem aumentado de maneira assustadora. 
A delegada e deputada estadual Marta Rocha-PDT teve seu carro metralhado por pistoleiros mas conseguiu escapar ilesa pela habilidade de seu motorista que mesmo atingido na perna  conseguiu dirigir até o hospital. Em novembro passado ela já havia sido ameaçada por milicianos e passou a usar carro blindado. Segundo informações da ALERJ seis deputados estão sendo ameaçados de morte. Para o deputado Marcelo Freixo a impunidade reforça a ação dos pistoleiros. 
 O ano de 2018 foi o ano da Intervenção Militar na segurança do Rio de Janeiro, mas foi também o ano do bangue bangue. A violência não deu trégua e a criminalidade em alguns setores até aumentou, como no enorme número de vítimas nas chamadas balas perdidas, onde policiais e bandidos trocaram verdadeira fuzilaria que fez um número expressivo de vítimas inocentes. Balas nunca são perdidas sempre atingem quem não tem nada a ver com a batalha sem fim entre marginais e agentes da lei.  
A invasão da Favela Nova Holanda uma das Favelas da Maré dominada pela rede criminal Comando Vermelho deixou um rastro de cinco mortos e vários feridos, mas como sempre não conseguiu desbaratar o comércio da venda de drogas, a varejo, solidamente constituído. A operação da Policia Militar  que teve início às 02 da madrugada foi criticada por ter desrespeitado uma violação do horário. Existe um protocolo para não serem efetuadas operações bélicas entre 22h e 06 da manhã, ou seja entre o final da noite e o início da manhã, protocolo que não foi seguido. 
O governador recém eleito Wilson Witzel pretende acabar com a criminalidade usando atiradores de elite "sniper" para segundo ele abater bandidos. A proposta tem causado muita polêmica e o ministro Raul Jungman disse ser impossível na fase atual e totalmente inoportuna visto estarmos em um final de mandato e dependendo de um longo debate no Parlamento.
A violência continua um desafio para a segurança pública. Milicianos com treinamento militar invadem a Favela do Rola em Santa Cruz  para tomar território o controlado pelo narcotráfico. A Policia Federal prendeu cinco pessoas em Assunção no Paraguai que pretendiam invadir um presídio para resgatar Marcelo Piloto um dos maiores "matutos" do Comando Vermelho que fugiu da Favela de Manguinhos onde era o "chefe do tráfico". Na casa encontraram um grande arsenal com vários fuzis, pistolas, farta munição, muita quantidade de  explosivos, vários veículos e um variado material de comunicação.  Marcelo Piloto foi preso em 2017 em Assunção, depois de uma longa perseguição conjunta da Policia Federal e Policia Paraguaia com ajuda do DEA agencia antidrogas norte americana. 
Em uma invasão de tropas do Exército na Chatuba no Conjunto de Favelas da Penha o cabo Fabiano de Oliveira e o soldado Viktor da Silva foram mortos no confronto em que cinco traficantes também foram atingidos e faleceram. Trinta  e seis pessoas envolvidas com o narcotráfico foram presas. Moradores reclamam de revistas indiscriminadas e apreensão de celulares que pessoas que avisavam parentes da invasão militar que teve início às quatro horas da madrugada. A moradora da Chatuba Joelma Viana fez relato à Comissão de Direitos Humanos da OAB sobre a invasão de sua casa para apreensão de celular  do seu filho por ter gravado militares levando traficantes durante operação. Vários móveis foram destruídos inclusive uma televisão comprada a poucos dias. 
Em recente visita ao Brasil James Mattis secretário de Defesa dos Estados Unidos que veio para reafirmar cooperação entre os dois países foi acordado por um intenso tiroteio entre grupos armados em morros cariocas.Os tiroteios nesse dia se espalharam por quase toda a cidade. 
O prefeito de Japeri Carlos Moraes e vereadores foram presos sob a acusação de envolvimento com o chefe do tráfico local, Breno da Silva o BR da rede criminal Amigos dos Amigos-ADA. Ligações telefônicas interceptadas  do prefeito com o narcotraficante indicam uma densa relação com o chefe do narcotráfico, as conversas indicam uma relação de amigo para amigo. Durante a sua prisão o prefeito ameaçou jornalistas e devido à série de ligações telefônicas e a atitude ameaçadora aos jornalistas foi decretada sua prisão preventiva, ou seja em tempo indeterminado.
Megaoperação das Forças de Segurança durante a Copa do Mundo nos Complexos do Chapadão domínio do Comando Vermelho e da Pedreira feudo da Amigos dos Amigos, redes criminais rivais que disputam o rentável roubo de cargas pesadas e dão um prejuízo incalculável ao comércio depauperado do Rio de Janeiro. 
Uma operação das forças de segurança para por um fim à disputa pelos pontos de venda de drogas entre Terceiro Comando e Comando Vermelho no Morro Chapéu Mangueira e no Morro da Babilônia no Leme deixou um saldo de mortos e feridos. Seis corpos foram encontrados na Praia Vermelha de traficantes envolvidos nos conflitos que inclusive parou o bondinho do Pão de Açúcar durante algumas horas.
Operação conjunta das Forças de Segurança em favelas ao redor da Praça Seca deixou um saldo de sete mortos, inclusive o chefe do tráfico Sérgio da Silva Junior o Da Russa, vários feridos e vinte e quatro presos. A operação se estendeu ao Complexo do Lins,rota de fuga dos criminosos. 
Atendendo a um pedido do Ministério Público foram soltos 137 pessoas que estavam presas na festa de milicianos em Santa Cruz. A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado-DRACO realiza a "Operação Negócios Paralelos" para desbaratar as ações de milicianos que atuam  na Zona Oeste e na Baixada Fluminense. As ações foram intensificadas depois da execução de uma vereadora e seu motorista, em uma ação que pode ter sido feita por milicianos. a prisão de mais de 150 pessoas que estavam em uma festa em Santa Cruz verificaram que pelo menos um deles era inocente e foi liberado. O Ministério Público acredita que no meio do grupo possa haver mais pessoas que só estariam  lá apenas para se divertir. 
Após O assassinato da vereadora Marielle Franco do PSOL e de seu motorista Anderson Gomes às nove horas da noite de uma quarta feira na Rua Joaquim Palhares no Estácio, região central da cidade provocou uma comoção internacional. Ambos foram executados por pistoleiros profissionais com 13 tiros de uma pistola 9 mm. Os projeteis eram de um lote desviado da Policia Federal. Parte do lote vendido pela Companhia Brasileira de Cartuchos-CBC foi também usado em uma série de crimes em São Gonçalo e por matadores em São Paulo. A execução feita há quase um mês da intervenção federal na segurança da cidade foi um claro desafio às autoridades e não pode ficar impune. Uma onda de violência com intensificação de assaltos, sequestros e tiroteios em toda cidade motivaram as Forças Armadas a reforçar a vigilância nas ruas. Uma série de postagens, umas enaltecendo o trabalho na luta dos Direitos Humanos e uma grande parte fazendo denúncias e calúnias para denegrir sua atividade em uma tentativa de justificar um atentado injustificável, dois assassinatos cruéis e desumanos. 
O Alto Comissariado da ONU disse ser "profundamente chocante" a execução de uma representante do povo, defensora dos direitos humanos dos despossuídos. A porta voz do da ONU Liz Throssel lembrou a atuação da vereadora em sua luta pelos Direitos Humanos e exige providências imediatas para que os culpados sejam punidos exemplarmente. Marielle era moradora da Favela da Maré onde começou sua militância política, fez graduação na PUC e mestrado na Universidade Federal Fluminense-UFF.  Milhares de pessoas protestaram ontem no Centro do Rio contra a onda de violência em toda a cidade. Hoje protestos continuam pedindo justiça e punição exemplar para os assassinos. O ministro da Segurança Raul Jungmann e a procuradora Raquel Dodge prometeram usar todos recursos para elucidar o bárbaro atendado.
  A crescente violência urbana e os alarmantes altos índices de criminalidade a descrença na política de segurança  acabam por motivar falsas soluções, e sempre à margem da lei.   A Delegacia de Repressão às Ações  Criminosas Organizadas-DRACO realiza nesta quarta feira dia 14/03/2018 uma grande operação contra milicianos que atuam em Mesquita na Baixada Fluminense. Grupos paramilitares  que se auto intitulam justiceiros agem ao arbítrio da lei em uma pretensa lei sob o argumento de combate à criminalidade devido á total ineficiência do aparelho repressivo de estado. A operação foi chefiada pelo delegado  Alexandre Herdy que prendeu oito milicianos chefiados por Marcio Cunha conhecido como Zebu . Três policiais militares do 20  BPM estão presos e um miliciano de nome Daniel Alex Silva conhecido como Escobar está sendo procurado. O codinome deve ser em homenagem à Don Pablo Emílio Escobar Gavíria o "Barão da Droga" que reinou na Colômbia durante alguns anos.
Violência urbana Foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved

A chamada "Guerra do Rio" foi intensificada a partir de 2017 com a falência do RJ. Grupos de milicianos tem tentado em especial tomar os territórios controlados pela maior rede criminal, o Comando Vermelho e conseguiram êxito, principalmente em Santa Cruz na Zona Oeste.  As Milícias começaram há alguns anos em áreas afastadas, em especial na Baixada Fluminense e na localidade Rio das Pedras na Zona Oeste e agem à pretexto de proteger moradores, cobrando uma "taxa de proteção". Em alguns casos o Estado faz vista grossa em uma espécie de aliança cooperativa pontual sob a justificativa de diminuir os altos índices de violência. Em Mesquita além da "taxa de proteção" eles exploravam, a entrega de gás, venda de água, transporte alternativo, TV a cabo pirata (gatonet) e também praticam agiotagem a juros astronômicos. Vários homicídios também estão sob investigação e podem ter sido efetuados pelo grupo. 
O crescimento das Milícias de forma acelerada foi devido à ineficiência de uma política de segurança totalmente equivocada, centrada unicamente no combate ao narcotráfico baseada no conceito "War on Drugs" originário do Governo Ronald Reagan aplicado inicialmente no Plano Colômbia tendo como laboratório as cidades de Medellin e Cali  e depois estendido a vários países, inclusive ao Brasil. Atualmente controlam mais de 250 localidades entre favelas, conjuntos habitacionais e mesmo alguns bairros. A classificação de determinadas áreas conforme a periculosidade em Zonas de Alerta levou a um cerco em determinadas favelas de maior densidade populacional, as Zonas Vermelhas, Amarelas ou Verdes conforme o critério adotado. O programa de pacificação adotado  nas UPPS adotou este critério que acabou tendo fracassado e está prestes a ser extinto. As Milicias  são formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros e militares além de informantes policiais, os X-9.  Em algumas regiões os grupos de milicianos exploram também o comércio de venda de drogas, a varejo, em associação com os narcotraficantes. 

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