SARGENTO DO EXÉRCITO É RÉU POR CRIMES DE TORTURA E SEQUESTRO

MANIFESTANTES PEDEM PUNIÇÃO PARA TORTURADORES EM FRENTE À CASA DA MORTE DE PETRÓPOLIS
SARGENTO ANTÔNIO WANEIR  É CONSIDERADO RÉU POR CRIMES PRATICADOS DURANTE O REGIME MILITAR
            "Ninguém será submetido à tortura, nem à tratamento cruel, desumano ou degradante"
                Artigo V-Declaração Universal de Direitos Humanos-ONU

DELEGADO CARLOS ALBERTO É CONDENADO POR SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO 
Vai ser lançada a campanha "Punição para Torturadores da Ditadura" em frente ao centro de torturas de Petrópolis a "Casa da Morte". O delegado aposentado Carlos Alberto Augusto o "Carlinhos Metralha" foi condenado a dois anos e onze meses de prisão  em regime semi aberto por crime de sequestro e cárcere privado de Edgar Aquino Duarte preso em junho de 1971, o período mais duro da repressão aos opositores do regime militar. O delegado fazia parte da equipe do delegado Sergio Paranhos Fleury.
O sargento reformado Antônio Waneir Pinheiro, codinome "Camarão" é considerado réu por crimes de sequestro e tortura na Casa da Morte um Centro de Tortura usado pela repressão durante o regime militar, na Rua Arthur Barbosa 668 em Petrópolis-RJ. A justiça considerou que é um crime que não pode  ser beneficiado pela Anistia por ser considerado de lesa-humanidade. Segundo a Comissão Nacional da Verdade no regime militar foram torturadas 20 mil pessoas e mortas ou desaparecidas 423, entre elas Inês Etienne que sobreviveu com traumas muito fortes, tentou suicídio quatro vezes.
Casa da Morte photo by alcyr cavalcanti all rights reserved
O Ministério Público Federal-MPF pediu a revisão da decisão anterior da 1a Vara Criminal de Petrópolis onde foi rejeitado o pedido. Para a justiça os crimes de sequestro e tortura são incluídos na Convenção Americana de Direitos Humanos que não admite que sejam anistiados ou prescritos. 
A jornalista Inês Etienne Romeu da organização Var-Palmares foi a única sobrevivente, embora com graves sequelas, de mais de cem presos da Casa da Morte em Petrópolis. Inês fez denúncias à Comissão da Verdade e sob forte emoção disse ter sido estuprada e torturada pelo sargento Antônio Waneir. O Coronel Paulo Malhães, codinome Doutor Pablo, que pertencia ao Centro de Informações do Exército admitiu em depoimento que foi um erro "aliviar" Inês Etienne ao acreditar que ela seria uma informante privilegiada junto às organizações de esquerda, e que ela deveria ter continuado na Casa da Morte.
Inês Etienne photo alcyr cavalcanti all rights reserved
O sargento admitiu tomar conta do Centro de Torturas atuando como caseiro, mas nega as acusações feitas contra ele, embora reconheça ter conhecido Inês e falado com ela durante sua permanência na Casa. Inês Etienne foi sequestrada em 1971 pelo delegado Sergio Paranhos Fleury e posteriormente levada para o cativeiro em Petrópolis em maio de 1971 durante o Governo de Ernesto Geisel. Foi a primeira presa política a ser libertada do presídio feminino Talavera Bruce beneficiada pela Lei da Anistia em 1979 e faleceu em abril de 2015..

Comentários

Sergio Caldieri disse…
Uma relíquia de um tempo tenebroso.

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