ACABOU O SAMBA AGORA É SÓ FOME E VONTADE DE COMER

ACABOU O "MAIOR CARNAVAL DE TODOS OS TEMPOS" A LIESA DIZ QUE NÃO VAI TER MAIS DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA
Foi o golpe final na alegria dos cariocas. O prefeito Marcelo Crivella disse que vai cortar metade da verba milionária para as Escolas de Samba. Em nota assinada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba-LIESA Jorge Castanheira com apoio de seus conselheiros disse que se a verba for cortada em 50% não terá condições de realizar o Desfile das Escolas do Grupo Especial e milhares de pessoas vão ficar sem trabalho.
Acabou a folia, depois de mais de quinze dias de Reinado de Momo a Segunda Feira de Cinzas volta com os velhos fantasmas de recessão, desemprego, desgoverno, ameaça aos aposentados, submissão total ao FMI e aos agiotas internacionais para tirar o sono de mais de 210 milhões de brasileiros.  Foi um carnaval para todo mundo botar defeito, pelo menos na mui bela e leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. O nosso santo padroeiro, também reverenciado como Oxóssi na Umbanda deve ter ficado triste e decepcionado pelas aberrações impostas aos foliões locais e alienígenas que brincaram o Carnaval 2017, um dos piores de todos os tempos, pelo menos no que demonstraram as escolas de samba do chamado Grupo Especial.
Foto Alcyr Cavalcanti all rights reserved
 
Carnaval é brincadeira, reino da fantasia, do chiste e do politicamente incorreto dos foliões  nas ruas da cidade. Tentar proibir marchinhas tradicionais, sucessos populares como "Cabeleira do Zezé", "Nega Maluca", "Pega Ela Piru", "Maria Sapatão" é de uma burrice digna do "Samba do Crioulo Doido" do inesquecível Stanislaw Ponte Preta. Tentar proibir blocos não cadastrados formados ao acaso dentro do espirito carnavalesco cheira a repressão e censura. Mas pior que tudo isso foi a corrida "em busca do ouro" que tem sido a marca das escolas da "Elite do Samba". Carros desgovernados massacrando quem estava pela frente, carros enormes mal construídos com material insuficiente e sem o famoso teste de carga como aconteceu com o bólido do GRES Unidos da Tijuca que desabou causando uma situação jamais vista em desfiles com transmissão para todo planeta.  Como esquecer a arremetida do carro alegórico da Paraíso de Tuiti ferindo quem estava pela frente ao transformar a festa em um festival de horrores?   Há muito tempo que as escolas de samba deixaram de lado a espontaneidade, a verdadeira alegria para se transformarem em um mero produto sujeito às regras do mercado e à fria lógica do capital. É a Indústria do Samba em nome de uma suposta modernidade em detrimento do autêntico samba de raiz, agora restrito a pequenos grupos. A estranha teoria, que só beneficia a uns poucos em detrimento de todos vai levar, a longo prazo, ao enterro do Carnaval e transformar o Rio de Janeiro no "Túmulo do Samba".  

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