MINISTRO FLÁVIO DINO SAI DA JUSTIÇA E VAI PARA O SUPREMO

MUDANÇA NO  MINISTÉRIO PODE ATRAPALHAR COMBATE AO CRIME  

  "WAR ON DRUGS" PROMOVE UMA ESTRANHA COMPETIÇÃO

    ESCOLAS FECHADAS DURANTE AS INVASÕES POLICIAIS 

       atualizado em 29/11/2023

      O espírito da Inquisição tem permanecido violando a dignidade da pessoa humana, com

      o discurso de uma nova ordem.

                                        Desembargador  Sergio de Souza Verani (2008).

 O ministro Flávio Dino, da Justiça era considerado o melhor dos mais de trinta ministros do atual governo, por isso causou perplexidade sua saída para o STF logo em um momento de enfrentamento ao crime organizado. Fica a dúvida, será que vai melhorar, ou pelo menos não piorar?. A mudança na chefia da policia civil com a entrada do delegado Marcos Amin um conhecido "linha dura" pode interferir no planejamento da política de segurança, que visa além de combater a criminalidade evitar excessos policiais e violações nas invasões em favelas, causando "danos colaterais", ou seja morte de crianças e trabalhadores além de milhares de escolas fechadas. A mudança ocorreu após a morte de três médicos que participavam de um congresso na Barra da Tijuca. Teriam sido mortos "por engano", um deles teria sido confundido com um chefe da milícia da Gardênia Azul. Os executores teriam sido executados pelo inflexível "Tribunal do Tráfico" pelo grosseiro erro cometido, segundo fontes oficiais. 

  O ministro da Justiça, Flávio Dino está no Rio para uma reunião com a Secretaria de Segurança e autoridades para liberação de homens da Força Nacional para atuar em conjunto com a Policia Federal e a Policia Estadual. Os índices de violência crescente no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, nas últimas semanas  têm preocupado as autoridades e deixado uma sensação de insegurança para os moradores.

    A velha estratégia de acabar com uma rede criminal, no caso o Comando Vermelho-CV, de maneira espetacular como acontece hoje, pode favorecer o domínio de grupos rivais, no caso o Terceiro Comando atualmente em associação pontual com milicianos.  Tática surrada que nunca deu certo, já foi praticada várias vezes há décadas. O resultado são vítimas inocentes, escolas e hospitais fechadas e pouco  resultado prático, outras localidades são invadidas e dominadas nessa guerra sem fim.   

  Quem mata mais? Em tempos de ódio a "Guerra às Drogas" promove uma estranha competição em que todos vão pra vala comum, bandidos, policiais e muitas vezes quem nada tem a ver com essa disputa de território, crianças, trabalhadores, donas de casa. ceifadas nessa insana batalha que na prática só serve para enganar a população com estatísticas e mais estatísticas. No Rio de Janeiro essa política de confronto que é a norma da política de segurança  há vários anos , foi acelerada ano passado com o governador Claudio Castro, com a "Chacina do Jacarezinho" com 28 mortos e agora em São Paulo com a  política de extermínio do governador Tarcísio de Freitas, onde até os dias de hoje as forças de segurança eliminaram mais de vinte pessoas, em menos de uma semana em uma estranha competição. A "Operação Escudo" no Guarujá desencadeada após a morte de um policial resultou em 16 mortos, vários feridos e imensa revolta de pessoas que fizeram relato de tortura pelos policiais. Nessa estranha competição que alguns têm chamado de "Campeonato Mata Mata" a Bahia resolveu entrar e obteve índices alarmantes, em uma semana dezenove mortos em confronto. Ano passado  1.464 foram mortos em operações policiais. Um outro fator preocupante são as invasões policiais que obrigam a fechar escolas, onde milhares de alunos ficam sem aula, onde alunos e professores são obrigados a se proteger no meio do tiroteio.

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 Desde o governo do presidente Ronald Reagan, nos Estados Unidos que reinou absoluto nos anos 80,  a política de combate às drogas foi implantada e até os dias de hoje, tem se mostrado um retumbante fracasso, que ao contrário de acabar com a comércio da venda de drogas tem aumentado o consumo, apesar dos milhões de dólares gastos nesse programa. Os Estados Unidos são os maiores consumidores de vários tipos de substâncias proibidas e no Brasil o consumo é cada vez maior. 

O Brasil além de um grande mercado oriundo dessa triste batalha, desde alguns anos é um verdadeiro corredor para levar o produto para Europa e Estados Unidos, operações diversas têm sido feitas, principalmente no Porto de Santos, onde grande quantidade de drogas tem sido apreendida, mas a exportação continua, um desafio às autoridades que vivem a enxugar gelo. A famigerada "Guerra" beneficia também a indústria de armamentos que tem tido lucros em escala geométrica. Armas da última geração, todas importadas são encontradas nos morros e na periferia do Rio e de São Paulo. Afinal de contas as redes criminais precisam de muito armamento para proteger seus territórios nessa disputa insana, onde não existem vencedores nem vencidos. Todos são derrotados.